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sexta-feira, 1 de junho de 2007

30 de Maio, dia de Greve Geral

O sentido da greve tem sido pervertido, não pelos sindicatos, mas sim pelo governo e serviços mínimos, pelos trabalhadores com as cabeças lavadas por toda a propaganda anti-greve, pelos patrões que ameaçam trabalhadores e o seu respectivo direito à greve.

Todas as pessoas bem colocadas no sistema e na sociedade acham a greve desnecessária, a isto chama-se consciência de classe, ou seja não vêem motivos para a paralisação, visto que isso só as vai prejudicar financeiramente.

Os fura greves são de dois tipos: o primeiro, que concorda com os motivos da greve, mas não adere porque precisa do salário desse dia de trabalho, porque tem uma certa responsabilidade, ou por medo de represálias. Mas o segundo tipo é que é o problema. São aqueles que são explorados como todos os outros, a quem são propostos sucessivos contratos precários, sem nenhuma progressão na carreira, e depois criticam toda a unidade dos trabalhadores. Não estão conscientes do que representa o direito à greve (art. 57 da CRP), não sabem nem querem saber do que é a flexisegurança, que nada mais é do que flexibilidade de despedimentos, e segurança para os patrões que despedem.

Depois existe ainda um outro grande inimigo da greve que é o governo. Apressam-se a apresentar os resultados sectoriais negativos para tentarem mostrar que houve baixa adesão à greve, e tentam ainda provar que a greve é boa para o governo, com matemática da tanga. Diziam ontem no noticiário ao almoço que a função pública engole 50 mil euros por dia só em salários. Pela lógica da treta, se faltarem metade dos trabalhadores poupam-se 25 mil euros, mas esquecem-se de acrescentar que a maioria dos grevistas são os trabalhadores pior remunerados, e que a grande maioria dos bem assalariados (cargos de gestão e chefia) furam a greve, precisamente por consciência de classe.

Este, tal como muitos governos, tenta justificar a exigência de serviços mínimos com a saúde dos seus concidadãos, mas se estão tão preocupados com a saúde dos portugueses, porque fecham maternidades, centros de saúde, e Serviços de Atendimento Permanente (SAP)?

Condeno a empalação o actual código do trabalho e seus construtores, e à guilhotina a flexisegurança e os seus apoiantes.

Viva a unidade dos trabalhadores e o direito à greve!

Saudações