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sexta-feira, 17 de julho de 2009

As cores portuguesas

O blogue O Jumento, uma das sugestões para leitura deste espaço, publicou artigos de reflexão dedicados a cada um dos partidos portugueses. Depois de ter dedicado um pouco do meu tempo à sua leitura, senti-me na obrigação de os partilhar convosco:

Bloco de Esquerda
«(...) Louçã é apresentado como um Diácono Remédios da política portuguesa, mas numa versão positiva. Só isso explica que um partido cujo programa são frases soltas de ocasião e sem qualquer organização, dirigido por três personalidades devidamente rodeadas de umas raparigas jeitosas tenha ultrapassado nas urnas um PCP que tem mais poder de organização num único centro de trabalho do que em todo o Bloco de Esquerda.
(...)
O Bloco de Esquerda não diz o que os seus dirigentes pensam, em cada momento diz o que os seus alvos eleitorais querem ouvir, as suas posições políticas são seleccionadas como se de um produto alimentar se tratasse (...)»

Partido Socialista
«(...) No PS não se sobe por mérito, não existe o conceito de militante de base, adere-se ao partido e entra-se directamente para as fileiras de um dos senhores feudais, o futuro político do militante depende do sucesso do seu senhor.
(...)
Esta organização em torno de clãs, ou mais precisamente de principados, leva a que o PS seja um partido fortemente classista, quase organizado em castas. Os herdeiros dos príncipes entram directamente para altos cargos, deputado ou assessor ministerial, os outros servem para fazer número nos comícios e arruadas. São estes tiques monárquicos que justificam a rápida ascensão de algumas personalidades, João Soares é o exemplo mais emblemático disso. (...)»

Partido Comunista Português
«O PCP é o único partido português com princípios ideológicos que não mudam em função das circunstâncias e com um projecto político que o define enquanto partido. Afirma-se claramente como um partido marxista-leninista, ainda que evite assumir em público todas as consequências práticas dessa afirmação, designadamente, os conceitos leninistas de tomada do poder ou o modelo político de sociedade. Entre a evolução e o regresso ao conservadorismo o PCP compreendeu um partido comunista só o é se for conservador, isso permitiu que o PCP que tenha sido o único a sobreviver no mundo ocidental. A opção do PCP é em tudo semelhante à da Igreja Católica, as duas instituições perceberam que só fazem sentido se evitarem a modernização, quando mudam diluem-se e tendem a desaparecer. (...)»

Partido Social Democrata
«O PSD não é, nunca foi e com os actuais dirigentes nunca será um partido social-democrata no sentido histórico e europeu da designação, tal como a extrema-esquerda se disfarçou num partido multicolor para esconder os seus símbolos e esqueletos ideológicos a direita nascida das cinzas da ANP disfarçou-se de social-democrata com vergonha da herança da direita portuguesa.
(...)
O que une o P”SD” não é a ideologia ou o programa, é o poder, o P”SD” é um partido quando está no poder e é um saco de gatos quando está na oposição, sem poder desilude muitos dos que se unem sob a sua bandeira para chegarem às mordomias dos cargos políticos ou politizados, quando chega ao poder une-se em torno do líder que os levou à fortuna. (...)»

Os Independentes
«Se em Portugal há quatro ou cinco partidos quanto a independentes há variedades para todos os gostos, desde os que não se querem envolver na lógica dos aparelhos partidários (...)
Alguns dos independentes que condenam os partidos têm a frustração secreta de não serem líderes partidários, consideram-se superiores mas não querem suportar os custos da militância nem serem escrutinados por outros militantes ou pelos eleitores.
(...)
De vez em quando os independentes e alguns militantes dos partidos do poder, provavelmente porque foram excluídos das benesses governamentais, apresentam-se como salvadores da Pátria, como os donos da honestidade e com projectos de criação do paraíso, em alternativa aos políticos profissionais. Quando assim é surge a tentativa de criar um “PRD”, o partido perfeito, preocupado com o povo, respeitador da cidadania e da democracia representativa, com líderes que são autênticos modelos de virtudes. (...)»

Falta o CDS, é verdade. O autor do blogue não publicou, pelo menos ainda...

Boa leitura...

Saudações!

«Camuflar-me, para quê?»


«U.S. soldiers took defensive positions in the Korengal Valley of Afghanistan’s Kunar Province Monday.» The Wall Sreet Journal

«No século XIX, durante a Guerra Franco-Prussiana, o exército francês sofreu um número elevado de baixas graças à cor vermelha das calças da farda de sua infantaria. A cor berrante - até então motivo de orgulho para os soldados franceses - ajudava o inimigo a identificar facilmente seus alvos no meio da floresta predominantemente verde, e mais ainda em campos abertos. Após o conflito, a cor dos uniformes militares franceses foi alterada». In Wikipedia.

Saudações