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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sempre orgulhosos!


De facto não comprámos dívida pública à Irlanda, mas comprámos à Grécia que por sua vez comprou à Irlanda, que por sua vez nos comprou a nós e ainda conseguiu salvar um banco Privado de abrir falência. Será que lá o líder da oposição também está disponível para governar com o FMI?


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Novo Hino para Portugal


Já que parece que mais ninguém quer mudar o país que adaptemos o hino a nova realidade!


Heróis do mal
Pobre Povo
Nação doente
E mortal
Expulsai os tubarões
Exploradores de Portugal
Entre as burlas
Sem vergonha
Ó Pátria
Cala-lhe a voz
Dessa corja tão atroz
Que há-de levar-te à miséria
P'ra rua, p'ra rua
Quem te está a aniquilar
P'ra rua, p'ra rua
Os que só estão a chular
Contra os burlões
Lutar, lutar!


Saudações

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O bairro do amor



No bairro do amor a vida é um carrossel 

Onde há sempre lugar para mais alguém 
O bairro do amor foi feito a lápis de cor 
Por gente que sofreu por não ter ninguém

No bairro do amor o tempo morre devagar 

Num cachimbo a rodar de mão em mão 
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir: 
Será que ainda cá estamos no fim do verão?

Eh, pá, deixa-me abrir contigo 

Desabafar contigo 
Falar-te da minha solidão 
Ah, é bom sorrir um pouco 
Descontrair-me um pouco 
Eu sei que tu me compreendes bem.

No bairro do amor a vida corre sempre igual 

De café em café, de bar em bar 
No bairro do amor o sol parece maior 
E há ondas de ternura em cada olhar.

O bairro do amor é uma zona marginal 

Onde não há prisões nem hospitais 
No bairro do amor cada um tem de tratar 
Das suas nódoas negras sentimentais

Eh, pá, deixa-me abrir contigo 

Desabafar contigo 
Falar-te da minha solidão 
Ah, é bom sorrir um pouco 
Descontrair-me um pouco 
Eu sei que tu me compreendes bem.


Já agora, quem me sabe dizer onde fica este bairro?
Saudações!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Singularidades da língua portuguesa IV

"O PSD, como se diz aqui no Alentejo, tem uma posição de pantomineiro. Porque se quisesse alguma crise, que o Governo se fosse embora (já não digo ter votado a moção de censura do PCP), não tinha subscrito o PEC, votado o OE e as medidas adicionais"
Jerónimo de Sousa, Camarada.


pantomineiro
adj. s. m.
o mesmo que pantomimeiro


pantomimeiro
adj. s. m.

1. Que ou o que faz pantomimas. = mímico
2. Que ou quem engana com mentiras e pantomimas. = alicantineiro, intrujão, pantomineiro


Posso-me vangloriar que desde pequenino fui agraciado pela minha avó com o nome querido de pantomineiro. E esta hein?!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Camaradices

Dois camaradas conversam alegremente sobre a sua devoção ao partido:

- Camarada se tivesses dois automóveis de alta cilindrada davas um ao partido?
- Então não dava Camarada, faço tudo pelo meu partido.
- E se tivesses duas mansões davas uma ao partido?
- Então não dava Camarada, faço tudo pelo meu partido.
- E se ganhasses 20 milhões de euros, davas metade ao partido?
- Então não dava Camarada, faço tudo pelo meu partido.
- E se tivesses duas galinhas, davas uma ao partido?
- Não.
- !!!!Não percebo Camarada, estavas disposto a dar um automóvel, uma mansão e 10 milhões de euros, mas não queres dar uma galinha?!?!?!?!
- Sabes, Camarada, galinhas eu tenho...

E esta, hein ?!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Privatizações

"Regressados de uma viagem à argentina e Bolívia,
Os meus cunhados Maria e Javier trouxeram-me o jornal
Clarín de 30 de Agosto.
Aí vem a notícia de que vai ser apresentada
ao Parlamento peruano uma nova lei de turismo
que contempla a possibilidade de entregar
a exploração de zonas arqueológicas importantes,
como Machu Picchu e a cidadela pré-incaica
de Chan Chan, a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Clarín chama a isto
"la loca carrera privatista de Fujimori".
O autor da proposta de lei
é um tal Ricardo Marcenaro, presidente
da comissão de Turismo e Telecomunicações
e Infra-Estrutura do congresso peruano,
que alega o seguinte, sem precisar de tradução:
"En vista de que el Estado no ha administrado bien
nuestras zonas arqueológicas
-qué passaria se las otorgaramos a empresas
especializadas en esta materia que vienen operando
en otros países con gran efectividad?".
A mim parece-me bem.
Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sixtina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
Privatize-se a cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.
E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo...

E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos."

José Saramago in "Cadernos de Lanzarote"

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Singularidades da língua portuguesa III

No dia de S. Martinho, vira-se a transmontana:
- O que eu gosto mesmo é de descascar as castanhas todas e só no fim comer as bilhoses!



bilhó 
s. f.
1. Beira Trás-os-M. Castanha assada ou cozida e descascada.

Saudações!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

As pessoas sensíveis

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
Porque cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois de suor não foi lavada
Porque não tinha outra

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão"

Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem

Sophia de Mello Breyner Andresen - Obra Poética II


Saudações!

Do admirável mundo novo I: Terrorismo do consumo



Saudações!