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terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Mas o maior Burro nunca se aperceberá que é Burro, mesmo sendo rei...

Caros Degoladores

Como a Guilhotina não prospera em postais, decidi apresentar as minha respostas à anterior chatice em forma de mensagem. Podem obviamente continuar a discussão aqui.
Estive também à espera do desfecho do tão badalado referendo do passado Domingo para partilhar convosco a minha opinião, e é precisamente pelo referendo que vou começar.
O tal referendo de 2 de Dezembro propunha uma alteração da Constituição, na qual Hugo Chávez poderia recandidatar-se à Presidência até morrer [ eu votaria NÃO, mas se pensarmos bem, no nosso país, dois mandatos dão direito a reforma e como se não bastasse, passado quatro anos há caras (bochechas, também serve) de pau que se tornam a candidatar, já com a reforma anterior a cair no bolso todos os meses... se calhar votaria SIM ]. Não me parece com isto que as eleições anteriores, tivessem sido falseadas, pois se tal acontecesse, certamente o sim neste referendo sairia vencedor e o Chávez teria que ser sempre candidato (poderia sê-lo até morrer) por um partido que ganhasse futuras eleições, para assim conseguir ser Presidente vitalício. Agora todos nós pensaremos duas vezes antes de falar dele e julgo que o próprio Chávez também pode aprender com isto. Saiu vencedora a democracia. Louvável!
Quanto à situação da cimeira, tudo começou com os supostos insultos ao "lacaio" Aznar. Sinceramente, julgo que todos conhecem o "lacaio" Aznar e a sua política de direita escrupulosamente anti-democrática. Lembrem-se que o seu envolvimento na tentativa de golpe de estado na Venezuela em 2002 foi reconhecido pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha em televisão. Lembrem-se da mentira que tentou incutir(envolvimento da ETA) aos espanhóis sobre o 11 de Março em véspera de eleições. Chávez tem certamente legitimidade para detestar o "lacaio" Aznar, mas podia-nos privar desses pensamentos, pois já sabemos que os tem mas também sabemos que como populista, Chávez gosta de ser um excelente entertainer televisivo...
Ora, Zapatero fez aquilo que qualquer homem sensato deveria fazer e fê-lo muito bem ( saúdo a seu discurso). Quanto a Chávez, não sei o que disse, mas não deveria ter interrompido e esperar pela sua vez, pois certamente a Presidente do Chile lhe iria dar oportunidade para se justificar. Mal esteve a senhora Michelle Bachelet (suposta moderadora) que só interveio quando o rei de Espanha proferiu a frase inesquecível...
Ora o monarca, era de todos os presentes, o que menos tinha moral para julgar ou acusar o que quer que fosse e foi tão mal criado quanto o Chávez. Pior, o Presidente da Nicarágua resolveu dizer a Zapatero: ( o que o Chávez gostava certamente de dizer, em tempo devido claro )“Se nós temos que vos respeitar, vocês têm que se dar ao respeito”, então o monarca levanta-se e abandona a sala, Zapatero ficou, engoliu em seco e revelou falta de estômago para responder(sensato mais uma vez). ..
Ora, eu não gosto do Chávez, pois não aprecio o populismo (só no ATM claro), mas também não posso gostar de um monarca que demonstra um arrogante paternalismo e se considera, como rei de Espanha, rei de toda a América Latina( cujo espanhol é a língua oficial) e se julga no direito de mandar calar, censurar ou dar lições de moral aos chefes (democraticamente eleitos) de estados, sobre os quais se acha chefe colonial... ( redundâncias sobre Burros).

No que diz respeito à exploração dos recursos por parte de empresas estrangeiras, tal poderia eventualmente trazer riqueza, mas teria que ser evidentemente controlada. Certo é que tanto a Venezuela, como a Bolívia e os outros países, não têm todas as condições necessárias para refinar, dinamizar e produzir alguns dos seus recursos e certamente uma ajudinha de empresas estrangeiras poderá dar jeito. Aliás Chávez estará disposto a reduzir a dependência que a OPEP tem do mercado americano, exportando petróleo para a China e também para Portugal!, por exemplo ( toma Burro que já almoçaste).
Na questão da nacionalização dos recursos naturais considero que a sua conveniente racionalização será o grande dinamizador da prosperidade e independência económica da América Latina, para que finalmente, alguns Burros percebam que ali já não há colónias...

Saudações Guilhotinadoras

P. S. - Tendo em conta a eventual chegada da Galp à Venezuela para a exploração e refinação do petróleo, falarei sobre esses sanguessugas monetários num postal seguinte.

10 comentários:

Hugo disse...

Muito satisfeito que fiquei com este novo postal em forma de resposta ao anterior, apenas discordo do guilhotinador no que toca a 3 pontos:
1-eu acho que o Chavéz veio trazer ventos de mudança na américa latina, e talvez um novo fôlego a nível mundial, principalmente no que a politica económica diz respeito
2-É um facto que o Chavéz é populista, mas na américa latina é normal que assim o seja devido ao atraso cultural que por lá impera (que Chavéz anda a fazer por alterar:)
3- Os recursos de cada país são dos seus cidadãos e devem ser os governos a geri-los da melhor maneira para assim se investir nas áreas em que o país mais necessitar, e aí está a boa política Bolivariana, a investir esses lucros na saúde, educação e infra estruturas. Mas isto demora tudo muito tempo a construir, e mas no imediato a nacionalização do petróleo permitiu a descida do preço da gasolina em muitos por cento para os venezuelanos.
Mantenho-me firme na decisão de mandar para a guilhotina quer todos os monarcas quer o aznar.
Saudações

Ariadne disse...

Eh-Eh
Eu gosto particularmente da segunda fotografia...

Ainda não percebi o que se passa na cabeça das pessoas para chamarem de ditador ao Chávez por levar a referendo, repito levar a referendo, a alteração da constituição... Deve haver uma confusão qualquer em relação ao significado de certos conceitos, não sei...

Eu por acaso como cidadã portuguesa e consequentemente da União Europeia, teria gostado bastante de ter tido a oportunidade de votar a favor ou contra a Constituição Europeia... Mas mesmo que fosse chumbada no referendo (como foi na França e na Holanda), teríamos de levar com ela na mesma, com um nome mais pomposo é certo, Tratado de Reforma ou Tratado de Lisboa, mas cujo conteúdo é o mesmo...

Afinal de contas quem é que vive numa grande ditadura???

Saudações

Antero Almeida disse...

Não brinquem comigo...Há dúvidas acerca das tendencias e atitudes de ditador do Chávez?Mandar fechar canais de televisão, mudar o fuso horário só porque é presidente e pode?
Pior que um ditador instalado é um pseudo-ditador em fase de ascenção, e é essa ascensão que deve ser travada...
E mais não digo até aparecer alguém de direita neste blog, que me sinto mt sozinho!!!;)

Hugo disse...

É frequente as pessoas de direita terem dificuldades em se exprimirem ideologicamente, normalmente apenas dizem o que vêem na TV, portanto duvido que apareça mais alguém.
Não foi mandado fechar nenhum canal de TV, apenas acabou a licença, porque esse canal continua a emitir via cabo e via satélite, em canal aberto é que só emite o canal do Estado.
Sobre o fuso horário, só para te lembrar que nós mudamos de 6 em 6 meses...
Como tão bem disse a ariadne ele foi a referendo, e nós? Alguma vez fomos a referendo por alguma questão europeia? Alguma vez perguntaram aos portugueses se achávamos bem que o nosso governo perdesse o controlo sobre todas as políticas monetárias, e termos restrições ainda nas políticas orçamentais? Estas decisões económicas apenas permitem definir tudo num país, portanto o
Democrata será aquele que evita a todo o custo a consulta popular, e tenta criar um maior fosso entre os ricos e os pobres, enquanto que o
Ditador/tirano é aquele que consulta o povo e reduz o fosso...
Ai Tero, como tão bem atestas a minha opinião sobre o centrão político, crtiticam o que lhes dizem para criticar, sem nada saberem, e nada sabem sobre o que devem enaltecer, apenas que o devem fazer. A política não é clubite nem religião...
Saudações

Ariadne disse...

Qual é que era o problema de fecharem a Tvi??? Que falta faz este canal de televisão que só contribui para a imbecilidade das pessoas?

Para vivermos em democracia é necessário que o povo seja culto. A educação é uma necessidade cultural importantíssima para o desenvolvimento e progresso social.

Mas, de facto, o essencial é que fiquemos todos uns grandes imbecis e mentecaptos, para que aceitemos de prontidão tudo o que nos impingem - umas verdadeiras máquinas programadas, aptas para aceitar tudo o que lhes dão, sem capacidade para questionar seja o que for...

Saudações

Ariadne disse...

Tero,
o canal tanto não foi fechado, que continua a ser emitido, mas só por satélite ou cabo...

Se quiseres informar-te melhor convido-te a visitar e ler o post Propaganda «ocidental» versus «censura» venezuelana, no blogue Homem das Cidades. E já, agora, um artigo do guardian.

Saudações

Anónimo disse...

Eu penso assim, isto de populismo tem mesmo muito que se diga. O que me parece é que alguns Políticos acham que há um populismo bom e outro que é mau. È assim quando são eles os populistas os que fazem promessas e mais promessas que não são capazes de cumprir e sabem bem disso que dizem que vão fazer tudo a todos quando andam em campanhas, esse populismo é bom porque dá votos, quando são outros a fazer o mesmo, bem aí o caso muda de figura pois esse é mau e tem que ser condenado.
O que está aqui em causa não são os Venezuelanos, não nada disso. O que aqui está em causa são os interesses internacionais o petróleo esse é que manda, e tudo o resto é conversa e conversa para moldar a opinião pública com alguns episódios sem qualquer tipo de importância. Mais cada um desses protagonistas tem o seu estilo de chamar a atenção dos média. Vocês não vêm o nosso primeiro a fazer “joguim” no estrangeiro, mas poderia dar mais exemplos. Isto tudo é uma grande treta. O que a humanidade tem é de encontrar outro modelo de governação outro modelo de desenvolvimento que seja o Homem a centralidade e não outra coisa qualquer. Perguntar-me-ão, mas qual? Eu respondo, não sei, o que sei é que os modelos já experimentados não dão estão esgotados, porque se este modelo de democracia em que vivemos é democracia, eu já não acredito.
Saudações

Anónimo disse...

Oi, achei seu blog pelo google está bem interessante gostei desse post. Gostaria de falar sobre o CresceNet. O CresceNet é um provedor de internet discada que remunera seus usuários pelo tempo conectado. Exatamente isso que você leu, estão pagando para você conectar. O provedor paga 20 centavos por hora de conexão discada com ligação local para mais de 2100 cidades do Brasil. O CresceNet tem um acelerador de conexão, que deixa sua conexão até 10 vezes mais rápida. Quem utiliza banda larga pode lucrar também, basta se cadastrar no CresceNet e quando for dormir conectar por discada, é possível pagar a ADSL só com o dinheiro da discada. Nos horários de minuto único o gasto com telefone é mínimo e a remuneração do CresceNet generosa. Se você quiser linkar o Cresce.Net(www.provedorcrescenet.com) no seu blog eu ficaria agradecido, até mais e sucesso. If is possible add the CresceNet(www.provedorcrescenet.com) in your blogroll, I thank. Good bye friend.

Ariadne disse...

Afinal eu não estava bem esclarecida em relação ao Tratado de Lisboa. Depois de assinado terá de ser ratificado/confirmado em todos os países da União Europeia, sem excepção - por via parlamentar ou referendária -, condição prévia e necessária à entrada em vigor.

Não percebo muito bem a lógica, mas enfim... Afinal ainda pode vir a ser referendado se o presidente da república entender...

Mas de qualquer forma não retiro nada do que disse...

P.S.: Fiquei sem saber se o tero doido!!! chegou a visitar os links que eu lhe deixei... E a sua opinião em relação a isso...

Saudações*

Anónimo disse...

A esquerda ainda existe?
Uma verdade que ninguém na esquerda quer enfrentar é esta: a queda do Muro de Berlim não afectou apenas os comunistas – afectou a esquerda em geral, socialistas democráticos incluídos.
E isto porque a queda do Muro, para lá de significar o fim de um modelo de sociedade, representou o desmoronar de ideais que moldavam a cultura de toda a esquerda.
O que, em última análise, distinguia a esquerda era a recusa do statu quo em nome da utopia – em nome da ideia de uma sociedade mais justa, onde a exploração do homem pelo homem não tivesse lugar.

Ora esta ideia do fim da exploração, sendo antiga, foi esmiuçada no século XIX por um homem que sobre ela construiu uma doutrina global: Karl Marx.
E ao escrevê-la, Marx não ofereceu apenas uma cartilha aos comunistas – fundou uma escola de pensamento que moldou a esquerda, qualquer que ela fosse.
O modo de Marx olhar a sociedade, privilegiando o económico sobre o político e o colectivo sobre o individual, postulando a inevitabilidade da luta entre pobres e ricos a caminho de uma sociedade igualitária – tudo isto são ideias que a esquerda, na sua totalidade, assimilou.
E que o Muro, quando ruiu, arrastou consigo.

Com a queda do Muro de Berlim e o afundamento do bloco de Leste, desapareceram as alternativas ao capitalismo.
O capitalismo ficou sozinho no terreno – apresentando-se, orgulhosamente, como o modelo triunfante.
Com isso, a utopia morreu: a esquerda ficou reduzida à tarefa de gerir o melhor que soubesse – ou seja, da forma mais pragmática, mais rentável e mais lucrativa possível – a sociedade capitalista.
Para os partidos de esquerda, o modo de ganhar votos deixou de ser a promessa de outro tipo de sociedade: passou a ser a gestão eficaz do modelo existente.
Sendo o capitalismo o único horizonte, que alternativa restava à esquerda senão mostrar-se capaz de o gerir bem?

Isto explica o facto de, sempre que os partidos socialistas chegam hoje ao poder, serem acusados de governar à direita.
Assim aconteceu com António Guterres, assim acontece com José Sócrates, assim aconteceu ou acontece lá fora com Blair, com Schroeder ou mesmo com Lula!

Claro que isto coloca um problema à direita.
Sendo que a esquerda ficou sem doutrina nem objectivo e se aproximou da direita, que espaço resta hoje à direita?
É este o drama que o PSD está a viver.
Se o Governo socialista é elogiado pelas associações patronais e pelos empresários, se mesmo algumas personalidades tradicionalmente de direita lhe piscam o olho, que espaço há para a direita propriamente dita?
Se a esquerda deixou para trás o sonho e se rendeu à realidade, para que é necessária a direita?

Além de declarações desencontradas sobre o aborto, a eutanásia ou o casamento de homossexuais, a diferença entre esquerda e direita deixou de ser qualitativa: é apenas quantitativa.
Nem o problema da autoridade do Estado as divide.
Até nesta questão a esquerda se rendeu ao ‘realismo’ que a direita andou a pregar durante décadas.
Basta olhar para José Sócrates, para o percebermos: o ‘nacional-porreirismo’ socialista, que ainda marcou o tempo de Guterres, passou definitivamente à História.

Basta de demagogia e rendam-se a realidade Pseudo-esquerdistas!!!!!!!