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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Eis aqui o agiota - Fausto


Eis aqui o agiota
Eis ali a agiotagem

De novo mergulho na luz do astro da música
A minha cabeça
De novo à procura daquela
Melodia que teima
Em nascer às avessas
Se ribomba no contrapasso e se já cruza o ciberespaço
Então
Cuida de ti usurário
Na zona escura do erário
E da folia financeira
Do teu corpo fundo
E mais anónimo
À volta do mundo
Atravessando fronteiras

Esvoaçam

À tua volta esvoaçam
Taxas de juros e câmbios
De cambistas e banqueiros
Títulos e dívidas
Contraseguros
Visões garridas
Malabaristas
E oníricas
Do dinheiro

A minha guitarra não toca para ti
A minha guitarra rosna

Obeso e rebarbativo alardeando
A engorda
O teu figurino
Obesa a corruptela que mais
Disfarça e transforma
Selvagens capitalismos
Em brandos neoliberalismos
O mais doce dos eufemismos
E então
Tu provas na perfeição
Que geres com o teu cifrão
A infelicidade dos outros
Reduzes um drama
O do maior desemprego
A centigramas
À percentagem de uns poucos

Encurralados

Os mais jovens encurralados
Em becos rasos de seringas
Contrafeitos mercadores
Em praças e ruas
Ruelas e avenidas
Envergonhadas
E mais anuladas
As mãos estendidas
De arrumadores

Morreu a proletária ditadura
A ditadura do mercado já nasceu

Se cada vez menos produzem
Mais para a maior minoria
Toda a riqueza
Se cada vez menos para a imensa maioria sobram
Sobras que te caem da mesa
Da guerrilha dos capitais
Em doces paraísos fiscais

Então
Cuida de ti argentário
O que retrata este sudário
É a maior parte do mundo
Que sobrevive na penumbra
De olhos postos em ti
Moribundo
Mas que te olha já defunto

E enches a boca

De direitos humanos
Enches a boca
De fala
Do pensamento
Mas o do trabalho nunca
E porque será
Que esse direito
No esquecimento fica
Se crucifica
Mais
Se abdica
Mas fica a pergunta

Keynes
Ao pé de ti
E arrumado a um canto
É a alegoria
Ou o retrato de um santo?

Saudações

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Do adeus e da saudade

Ontem fui subitamente apresentada a duas quadras que captaram desde logo a minha atenção. Falam do adeus... da saudade... E é incrível como duas palavras aparentemente tão simples conseguem suportar uma carga semântica e simbólica tão grande... Estavam esquecidas num documento, esquecido no meio de tantos outros, sem um autor identificado. Como não quero ficar com elas só para mim... Aqui estão:

Não se creia nem se diga
que a saudade é inocente;
simulando ser amiga
não tem dó nenhum da gente.

Adeus - palavra mais triste
que os lábios podem dizer.
Se a triste saudade existe
um adeus a fez nascer!

Já agora se calharem a passar por aqui e souberem identificar o autor, partilhem-no na caixa de comentários. BEM HAJA!

Saudações!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Pedinte de afecto

«Pedinte de afecto» é o nome dado a este cartoon, da autoria de Saeed, publicado no jornal iraniano Asre Mardom, a 17/02/2009. É um dos cartoons que fazem parte da edição do Expresso: Os autores World Press Cartoon. Sintra, 2010.

Afecto, de facto, é o que falta a muita gente. Não só recebê-lo, mas também dá-lo... Hoje em dia, andamos de tal forma ocupados que nem nos apercebemos que esse é, sem dúvida, um bem essencial...

Ai! Que agora me sabia tão bem um abraço!

Saudações!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A síndrome de escrever "o síndrome"

Moeda europeia atingida *pelo síndrome da crise grega.

A palavra síndrome é um substantivo do género feminino. Mas sabe-se lá porquê instalou-se a prática de travestir a palavra, seja na oralidade seja na escrita... E o que mais para aí há aos pontapés são pessoas com a síndrome de escrever "o síndrome"...

Moeda europeia atingida pela síndrome da crise grega. Assim sim!

Saudações!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Do laicismo


laicismo
s. m.
  1. Nome de uma seita do séc. XVI que pretendia para os leigos o direito de governar a Igreja.
  2. Doutrina que tende a dar às instituições um carácter não religioso.
Tudo bem que o laicismo, enquanto doutrina filosófica, não deva ser confundido com ateísmo do Estado. No entanto, convém lembrar que esta doutrina defende e promove a separação do Estado das igrejas e das comunidades religiosas, bem como a neutralidade... a passividade... do Estado em matéria religiosa.

Segundo o parágrafo 4 do artigo 41.º da Constituição da República Portuguesa, «As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado...».

Pois bem! Então como é que uma leiga, como eu, consegue compreender isto?!: «Metade do pessoal do Estado vai gozar as férias papais».

Saudações!

7 graus?

Batendo na mesma tecla...


7 graus Festival da Canção? Acho que não é isso que querem que se leia, pois não?

Este é apenas um exemplo. Os jornais (em papel, em audiovisual ou electrónicos) cometem o mesmo erro todos os dias... Se bem que hoje fiquei impressionada, pela positiva, quando vi o jornal A Bola: «O Benfica conquistou, este domingo, o 32.º título de campeão nacional do seu historial...» ;o)

Saudações!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Qual a diferença entre 1º e 1.º?

ou


A diferença não está só no trabalho de colocar um ponto... O ponto tem um significado, cada vez mais desprezado pelos que escrevem português. E não sei se o problema é meu, mas cada vez que vejo a ausência do ponto aceleram-se as minhas batidas cardíacas... E são muitas as vezes! Praticamente sempre que vejo um cartaz, onde é necessário recorrer ao uso de abreviaturas, por uma questão de poupança de espaço. Mas antes fosse apenas nos cartazes! O mau uso das abreviaturas generalizou-se...

Naturalmente, que não sou contra o uso das abreviaturas, sou antes a favor do seu bom uso. E qualquer abreviatura tem de ser acompanhada de um ponto:
  • n.º [não *nº];
  • Dr. [não *Dr];
  • Sr. [não *Sr];
  • 2.ª feira [não *2ª feira];
  • etc. [ou seja, e outras coisas, abrev. de et cetera].
O ponto abreviativo é assim indispensável nas palavras abreviadas, significando a ausência de letras. A abreviatura de "primeiro" será 1.º. O ponto significa que o cardinal se lê "primeir", com a terminação da palavra em índice superior. Se for "primeira", será antes 1.ª, uma vez que a última letra é um -a.
Só não se usa o ponto nos símbolos. É o caso dos elementos químicos (B, símbolo químico de bário), das unidades de medida (m = metro). É o caso também do símbolo de grau. 1º = 1 grau; nunca 1º = primeiro.

POR FAVOR!!! É TÃO FÁCIL DE ENTENDER!

Saudações!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Homens, afastem-se das mulheres atraentes...


Investigadores da Universidade de Valência chegaram à conclusão que estar na presença de uma mulher bonita pode ser perigoso para a saúde dos homens, mesmo que por cinco minutos... Não acreditam? Vejam aqui. E depois não digam que eu não vos avisei...

Relembrando excertos da Bíblia... «Então descobri que a mulher é mais amarga do que a morte, porque ela é uma armadilha...» (Eclesiastes 7, 26); «Foi pela mulher que começou o pecado e é por culpa dela que todos morremos» (Eclesiástico 25, 24).

Pobres homens!!!

(Imagem: Magritte, The Rape, 1934)

Saudações!